A JBS e as suas iniciativas para a preservação da Amazônia
Atualizado: 19 de mar. de 2021
A JBS é uma empresa brasileira de alimentos. E uma das maiores do mundo. Após o escândalo que a ligou a ilegalidades e ao desmatamento na Amazônia, e em meio a incêndios no Pantanal que chamaram a atenção do mundo todo, a empresa parece tentar se redimir.

A JBS atua no setor de processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango, é a maior exportadora de carne do país. Não é segredo para ninguém que o agronegócio e a pecuária sejam os dois principais fatores para o desmatamento no país, mas o que ambientalistas da ONG Anistia Internacional relataram é que a multinacional estaria indiretamente conexa à criação de gado em áreas protegidas pelo Governo Federal. O que acontecia era que os pastos utilizados para manter esse gado eram unidades de conservação federal: as reservas Rio Jacy-Paraná e Ouro Preto, e a terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. A prática da lavagem do gado ocorria quando os gados eram transferidos para fazendas intermediárias, burlando assim os sistemas de monitoramento e efetuando a sua venda.

Pressão Internacional e um novo sistema
O segundo semestre de 2020 foi uma tragédia para o Brasil não apenas a nível nacional com a pandemia, mas a nível mundial e de danos quase irreparáveis: as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Estima-se que uma área de pelo menos 23 mil km² tenha sido consumida pelo fogo, acabando com a vegetação e queimando os animais.
Os incêndios chamaram a atenção de noticiários do mundo todo, preocupando países e empresas que consumiam produtos brasileiros, pois agora não era mais somente uma preocupação nacional. A JBS, temendo que sua imagem no mercado exterior seja prejudicada, anunciou um novo sistema de monitoramento.
Foi estabelecido então um programa que fiscaliza e mapeia os seus fornecedores indiretos e a meta é que no máximo até 2025 ocorra 100% de monitoramento. Além de ajudar os produtores a se adequarem ao seu padrão ambiental. Esse novo sistema ocorrerá a partir dos guias de trânsito animal (GTA) disponibilizados pelos seus fornecedores diretos.
Juntos pela Amazônia
Somado ao novo sistema de monitoramento, a JBS também criou um fundo dedicado a cobrir projetos que contribuem para um desenvolvimento sustentável daquela área. Rege agora o compromisso de doar R$250 milhões durante os próximos 5 anos, além de doações com terceiros com o objetivo de alcançar os R$500 milhões.
Para efetuar esse projeto, a empresa reuniu ambientalistas relacionados ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (André Guimarães, presidente do IPAM), ao Instituto de Estudos Avançados da USP (o pesquisador Carlos Nobre), ao Consórcio Amazônia Legal (Cira Moura, representante do Governo do Amapá em Brasília), à Fundação Amazonas Sustentável (Virgílio Viana, o presidente da fundação) e ao Instituto Ethos (Caio Magri, sociólogo e diretor-presidente).
Multinacionais como a JBS precisam se adequar às cobranças ambientais presentes e futuras se não quiserem correr o risco dos empresários as boicotarem ou deixarem de investir em produtos nacionais. Nós, como população, devemos escolher governantes responsáveis e que deixem claro a sua preocupação quanto a pautas ambientais em suas campanhas. Não queremos políticas brandas. Não queremos deixar a boiada passar.
Para saber mais:
Brazilian Journal: https://braziljournal.com/jbs-da-tiro-de-canhao-para-preservar-a-amazonia